quinta-feira, 13 de julho de 2017

Um amor antigo



Um dia ou melhor um grande grande dia, encontrei quase tudo o que procurei na minha vida toda.

De certo modo tive a oportunidade que sempre pedi. 

Presenciei, acompanhei e saboreei momentos únicos e inesquecíveis. Entrei num mundo que não era o meu, vivi momentos que não me pertenciam por natureza, encontrei companheirismo e aceitação, fui verdadeiramente bafejada pela sorte, presente inesquecível que o universo me proporcionou.

Não sei se algum dia poderei agradecer convenientemente o tanto que ri e aprendi.

Não sei se algum dia poderei aceitar convenientemente não ter conseguido parar o tempo.

O verdadeiro Amor, o antigo, é e continua a ser verdadeiramente inspirador e motivador.  

Neste momento fica a saudade, a nostalgia e a alegria desses momentos fabulosos, vividos intensamente e sem filtros.

Neste momento fica a esperança que um dia eles possam voltar a ser uma realidade.

Neste momento fica o vazio das palavras que nunca se disseram.

Neste momento fica o suspiro de um sonho já vivido e outro que ficou por viver.

O Amor Antigo
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda a parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando' 

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