terça-feira, 25 de junho de 2013

Um sorriso à primeira hora



Hoje a fazer uma das minhas listas, a das coisas que eu gosto de fazer sozinha, surgiu-me esta, cantar no banho. 

Dei-me conta que nunca mais cantei no banho. Era tão frequente.

Eu fazia  pequenos concertos acontecerem, qual "Lisboa em Si".  
Agua a cair, vozes, letras e lá lá lás trauteados, marteladas no que podia, gritos desesperados de pais e irmãos mal dispostos, toques na porta com os nós dos dedos... palavras a voarem pela casa: cala-te, despacha-te, só fazes barulho, blá blá blá, blá blá blá... E eu... nada, completamente imune ao que me rodeava, continuava nas minhas cantorias e batuques.
O sorriso na cara era uma constante e era geralmente inabalável. 

Hoje, não me lembro de quando foi a ultima vez que cantei no banho. 

Há que retomar estes concertos, lembro-me que  a alma se enche logo pela manha, criando um escudo praticamente inviolável e não há nada de mais precioso que um sorriso à primeira hora. 

"Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!"
(Machado de Assis)
 

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