segunda-feira, 30 de maio de 2011

Muita sabedoria - Não fazer mais nada.




Há palavras que nos desarmam. Há textos que nos guiam.


Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer."

Clarice Lispector

domingo, 29 de maio de 2011

De irmã para irmão


Em casa de ferreiro espeto de pau.  É sempre a mesma coisa.

Já pensei e revirei para tentar arranjar assunto para escrever hoje, dia importante na vida de uma família.

Lembrei-me de histórias antigas e de recentes aos milhões, lembrei-me das avenças e desavenças, lembrei-me dos dias bons e dos dias maus, das coisas boas e más que passamos, mas nenhuma delas me pareceu suficientemente importante e significativa na nossa longa história de vida. A bem dizer, não há até hoje, nenhum episódio que, isolado, defina a nossa relação tal como ela é.


Cheguei a sentir-me mal. Cheguei a achar que era uma desnaturada, uma sem coração, uma ingrata. Afinal estou há mais de um mês a pensar no que haveria de escrever para ficar registado no livro comemorativo dos 45 anos de vida do mano “mai” velho.

Até que, pressionada pela mana e pela cunhada, esmifrei o meu pequeno cérebro para tentar resolver esta minha falta de não ter nada para contar e ao mesmo tempo ter tudo para contar.

Cheguei então à conclusão de que, assim como um filho não se lembra da sua mãe porque efectivamente ela faz parte do seu ser, um mano não se lembra do seus manos, porque eles fazem parte integrante da sua vida dia a pós dia e não a concebemos sem eles


Não trocava os meus manos por ninguém neste mundo.

sábado, 28 de maio de 2011

Borboletas


Como coisa própria minha:

BORBOLETAS

“Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.
Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos consciencializar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objectivos comuns, alegrias e vida.
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!”
(Mário Quintana)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Que saudades que eu já tinha

Que saudades que eu já tinha de sentir este bichinho que me faz abrir esta página e escrever ou dar a conhecer tudo aquilo que me dá gosto.
Aqui vai:
 

“… O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado….”
(Clarice Lispector)

Já está! Hoje, não é propriamente o que me vai na alma, mas é parte do que li  e do que me apetecia partilhar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Tenho Tanto Sentimento



Por trás de cada poema está um sentimento que o fez germinar e sair de dentro do pensamento do poeta. É este sentimento que tantas vezes me deixa curiosa. Será que o que penso e o que sinto foi de alguma forma a sua maneira de pensar?

“Tenho tanto sentimento” é o que de facto tenho hoje e sem forma de dizer o porque ele é tanto e o porque tem tantos motivos sentidos, e porque é tanto com tantas razões pensadas. É que assim não tenho como saber o que é verdadeiro e o que é errado e é certo que só posso pensar, porque de sentimentos já estou cheia por ora.


"Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar."

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

domingo, 1 de maio de 2011

Mãe


Hoje consigo sentir o peso da vida, a solidão a que estamos condenados desde o dia em que nascemos e o umbigo é cortado. Hoje obriguei-me a pensar que há duas situações na vida em que uma mulher não está só, quando é filha e quando é mãe. Hoje, aqui sentada percebo o porque de ter gostado tanto das minhas barrigas e de me ter sentido tão acompanhada e tão forte. Hoje aqui sentada consigo perceber o valor de mãe. Existe alguma coisa mais importante e melhor do que estarmos verdadeiramente acompanhadas?