quinta-feira, 30 de setembro de 2010

...


Desistir não é morrer, deixar de acreditar não é o fim do mundo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Hoje


Hoje acordei verdadeiramente acelerada, inspirada até, bem-disposta também é verdade e cheia de qualquer coisa que me levou a fazer outras tantas.

Tinha de extravasar para algum lado toda esta energia.

Uma parte dela já se foi em pequenas coisas do dia-a-dia e outro bastante, em coisas de mim para mim e de mim para os outros.

Já passeei, já escrevi, já cantei, já dancei, já falei, falei, falei, já estive em plena adoração ao mar, ao céu e à primeira estrela, já vi o pôr-do-sol. Ainda assim, parece que o assunto não está resolvido, o gás ainda não assentou, existem vontades por aí a pairar, ideias mil, quereres que não acabam. Faltou, e sem duvida nenhuma, a maquina de tirar fotografias com a minha lente nova, que por sinal já é velhinha. Tinha batido umas belas chapas…

Hoje nasci para amar, amar o que vejo, o que sinto, o que gosto, o que tenho e o que quero ter.

A música ajudou-me no dia de hoje e a primeira foi esta:

E porque sim...


E porque fez agora um ano que morreu e porque foi um filme cor-de-rosa que tanto me fez sonhar, e porque gostava tanto de saber dançar assim, e porque quem viu o filme sabe que esta passagem tem uma mensagem bem marcada, e porque sim...

http://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo

(A incorporação foi desativada mediante solicitação)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Por via da Educação


Recomeçaram os pequenos-almoços em família.

Tenho a dizer que não e nada fácil acordar 3 galfarros às 7 da manha.

Torna-se numa missão impossível tornar estes começos de manha, ZEN. Por mais esforço que faça, sai sempre pelo menos umas palavras mais fortes e mais altas que o normal.

Cada um quer ter um espaço, cada um quer ter o seu tratamento e a sua atenção.

Nos dias em que estou com discernimento suficiente até apanho estes “pedidos”, e percebo e até faço os meus sorrisos interiores de orgulho. Mas há dias em que se torna impraticável tanto génio e é imperativo que se parem os egos e os quereres.

A entreajuda é uma coisa que ainda não existe por estas bandas, a simpatia também ainda não abunda, a solidariedade, a partilha, a cumplicidade são coisas que nestas idades não se conhecem ou conhecem-se pouco mas não se pratica.

Por um lado tem graça, todo este espernear para se tornarem pessoas diferentes, por outro lado mete um medo desgraçado. E se tudo isto não retrocede, e se eles são mesmo assim, e se e se… e se…

Enfim, coisas próprias destas idades e com as quais eu tenho de aprender a viver e tenho de começar a aceitar.

O facto é que já sentia falta deste reboliço. E se há coisa que eu gosto, logo de manha, é agitação, conversa e cantorias. É de boa disposição. Gosto de ver vontade em cada par de olhos e gosto de me sentir em parte responsável por isso.

Não aguento mas disposições, caras trancadas, respostas tortas… mesmo sabendo que na maioria das vezes eu sou a responsável... por via da educação, é claro...

Mas o que tem de ser tem muita força!

Just try


Certeza


Certeza

"Nada está garantido nem é certo,
tudo oscila entre o ser e o não ser,
tanto faz no mar alto ou no deserto,
aqui, além, onde a gente entender.
Não vale a pena futurar a vida
se esta se joga entre o azar e a sorte
e a única certeza garantida
tem um nome vulgar, chama-se morte. #
(by Torquato da Luz)



Uma coisa é certa nesta vida, a morte…

Ela chega assim sem mais nem menos e muitas vezes quando menos se espera.

É um assunto do qual eu não gosto de falar. Talvez medo, talvez não seja ainda o tempo, talvez só porque o assunto me entristece e me magoa por sentir falta de quem já cá não está ao meu lado…

Sempre senti a morte como uma coisa muito injusta para quem cá fica e também, noutra medida para quem parte. Ficam vazios, sentem-se ausências, aparece a saudade desmedida, o peito fica apertado e a alma grita. Mil coisas que ficam por fazer e por dizer, mil coisas ficam por sentir, em suma mil coisas ficam por viver. Neste sentido existem as mortes de morrer e as outras.

Não, não é preciso morrer para morrer. Basta desaparecer, basta não se ver, basta deixar de viver. Tudo tem a ver com ligações.

Muito assim por alto e para mim, as ligações são aquilo que nos une ao mundo, às pessoas, às coisas. Elas aparecem quando se reúnem as condições apropriadas tais como: afinidade, contacto e energias e ocorrem através da doação, do recebimento ou ainda da partilha de dados. Desta forma não é preciso morrer para desaparecer, basta deixar de haver ligações.

São tão más as mortes de morrer como as outras, com uma diferença: é que as mortes de morrer fazem-nos recordar tudo de bom e as de desaparecer são amargas. Sabe-se que se poderia estar a um passo de tudo o que é impossível. É sufocante.

Mas há alturas em que o melhor mesmo é ficar quieta no lugar, quanto mais se fizer mais se enterra, mais se magoa. Qualquer passo que se dê, não é bem-vindo, não é bem visto, reverte sempre a desfavor. Assim a palavra de ordem é: recolher caladinha, sinta-se o que se sentir, estando como estando, aguentando o que se pode.

domingo, 26 de setembro de 2010

E porque...



“O ser humano ama e respeita o outro ser humano enquanto não está em posição de o julgar e o desejo é produto de um conhecimento insuficiente.”...

Thomas Mann, in "Morte em Veneza"

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Yolanda


E hoje acordei com isto

Simone e Pablo Milanés - Yolanda - Espanha (1992)



Caetano Veloso & Marisa Monte - Iolanda


É impressionante, as recordações que uma simples música pode trazer à baila.
Hoje, e todos os dias a música faz parte do meu acordar e quantas, mas quantas vezes, ela condiciona o meu estado de espírito do dia…

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Para ti


Os desafios da vida projectam os nossos sonhos,
Num mundo infinito de sensações.
Para poder conhecer e viver os nossos sentidos,
Temos de nos comprometer connosco e com quem nos ama.
Libertar em nós todos os medos, ansiedades e frustrações.
Desligar de protótipos, vergonhas e orgulhos.
Aceitar o desafio, a imaginação e a oferta.
Receber o amor, a dedicação e o carinho.
Perceber a motivação o encorajamento e a vontade.
Desfrutar e apreciar a oferta, seja ela o que for.
Dar um abraço, um beijo, sorrir e andar em frente.
Beber do vinho e do pão que nos é dado com alegria, satisfação e vontade
De forma descontraída, aberta e verdadeiramente feliz.
Hoje dei, hoje recebi.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Coisas Estranhas...


Vinha eu, muito sossegadinha, a caminho de casa quando o “Oceano Pacífico” interrompeu a sua emissão, e o meu sossego, para ler o pensamento da noite.

Então, a frase que deram para pensar é uma frase da Mafaldinha:

"O Amor leva-nos a fazer coisas estranhas"

Fiquei deveras espantada, não estava nada a ver a RFM a dar um pensamento da “Mafaldinha”.

Mafaldinha, sim! Aquela boneca argentina, saída dos livros dos anos 70, que conhecemos de toda a vida, que tem pensamentos e falas fantásticas e que chegam a fazer-nos rir!
Só que esta, de rir não tem nada. É uma frase sábia e sóbria que de facto me fez pensar.

É verdade sim. O Amor faz-nos fazer coisas estranhas. Tantas…

Coisas boas ou coisas más.

Digo coisas boas, quando nos gostamos de ver e sentir no papel que desempenhamos. Aquele em que saímos de nós para fazer o outro feliz, sem pensar e sem vacilar, sem medo e com toda a segurança do mundo. E quando essas atitudes têm um impacto que consideramos positivo e esperado. Isto é, quando conseguimos atingir os nossos objectivos, sejam eles o retorno ou somente a felicidade estampada.

Sentimos coisas más, muito más mesmo, quando não nos reconhecemos nas nossas atitudes e comportamentos. Quando eles não estão de acordo com o que sentimos, com o que somos, com o que queremos.

Hoje, esta frase vestiu-se em mim como uma luva, de pelica...

A vida tem destas coisas. Nunca saberemos porque é que as coisas são como são ou porque é que acontecem. São… Simplesmente, são!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Historias que me fizeram sonhar


E porque gosto da Sophia de Mello Breyner Andersen e porque gosto do seu bom gosto, da sua sensibilidade, da sua escrita, da sua forma de ver as coisas e do que me faz lembrar.

E porque no tudo que ela me faz lembrar se encontram as minhas mais profundas recordações.

E porque nas minhas mais profundas e belas recordações cabem o azul, os verdes, o sol, o mar, um rio de água fria e límpida cheio de brilhos reflectidos dos raios de sol a trespassarem as ramagens densas mas não impenetráveis das copas das arvores, o sussurro da água serena a passar e a alimentar-se suavemente das margens cheias de trevos e ervas esguias, cabem pic-nics, amoras silvestres, bocas roxas e alegres, gargalhadas e historias contadas, poemas lidos e declamados, teatros representados, contos fantásticos, fadas e sonhos, conversas lindas com pessoas que me amaram de verdade e me protegeram e me mimaram e me observavam, e me admiravam e que eu amei também de verdade e que hoje me fazem falta.

Ausência

“Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.”
(Sophia de Mello Breyner Andersen)

Se tanto me dói que as coisas passem


"Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem"
(Sophia de Mello Breyner Andersen)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Quantos Quantos...


Quanto se completam os quantos desta vida em mim.
Quantas histórias, quantas conversas, quantas palavras soltas, quantos sorrisos, gargalhadas até. Quantos momentos bons, quantos Sóis e quantas Luas, até mesmo quantas estrelas.
Quantos silêncios, quantas ausências, quantos abraços, quantos olhares disfarçados.
Quantas cumplicidades, quantas lágrimas, quantos lugares comuns.
Quantas viagens, quantas musicas cantadas, quantos sons murmurados.
Quantas confissões, quantos desabafos, quantas ilusões.
Quantas noites perdidas, quantas manhas brilhantes , quantos dias chuvosos e frios.
Quantos passos leves e quantas estrelas-do-mar, quantas marés, quantos céus.
Até quantos poços, quantos peixes prateados e búzios vindos do mar.
Quantos anos somam, os dias e os minutos de todos estes quantos…
Quantas mudanças, quantas formas de pensar, quantos sentires, quantos sonhos.

Estou diferente. Diferente de verdade.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

3 Anos de blog.


Olha só para a data que deixei passar. Como é que é possível?

26 de Agosto...

Com tanta coisa a acontecer à minha volta nem nunca mais me lembrei que foi o dia, há 3 anos atrás, em que tive coragem para abrir a minha escrita, os meus pensamentos para o mundo.

Às vezes pergunto-me: Será que é importante? Quanto importante é? Que raio de feito é este? Quem pode querer saber?

Por outro lado penso: Não é impingido, quem quer lê, quem não quer não lê. É uma afirmação muito pouco simpática eu sei, mas é a forma de eu conseguir pensar que não estou a chatear ninguém.

Importante para o mundo sei que não é. Mas é e foi muito importante para mim e certamente um bocadinho de nada importante para quem de alguma forma se identificou ou encontrou alguma palavra de conforto na minha escrita.

Por último, não é nenhum feito para uma pessoa qualquer. Só é um feito para pessoas como eu, que toda a vida escreveram para si próprias e que nunca por nunca acharam que conseguiriam escrever mais de três palavras seguidas com algum sentido para fora destas “paredes”.

Gostei desta parte de mim. Gostei de quem me tivesse feito sentir gostar desta parte mim, gostei de gostar de escrever, gostei de perceber que se pode brincar com as palavras. Gostei essencialmente de me ter dado a oportunidade de brincar com as palavras, com mais ou menos medo, com mais ou menos segurança, com mais ou menos cabeça, com mais ou menos alma.

Gostei de perceber que dias não são dias e que a escrita tem os seus dias, as suas horas, os seus momentos.

Gostei de compreender que há pessoas que aqui vêm e que de vez em quando voltam, que às vezes até comentam e que ao fim de um certo tempo arranjam a sua própria história para contar ou que de alguma forma encontram o seu caminho e se afastam.

Estas pessoas que aqui vieram e que voltaram, que vêm e que aqui voltam e/ou que de alguma forma comunicam, seja de que maneira for, fazem-me sentir “importante”.

Importante, não pelo que escrevo, nem pela forma como o faço, não pela qualidade que sei que não tenho, mas pelo interesse que mostram, pelo que percebem e pela atenção que me dão.

Mereço eu tanto?

OBRIGADA a todos

Give a Little Bit




"Give a Little Bit
Give a little bit of your love to me
Give a little bit
I'll give a little bit of my love to you
There's so much that we need to share
Send a smile and show you care

Gave a little bit
I gave a little bit of my love to you
So give a little bit
Give a little bit of your time to me
See man man with the lonely eyes
Take his hand, you'll be surprised

Give a little bit
Give a little bit of your love to me
I'll give a little bit
Give a little bit of my life for you
Now's the time that we need to share
So find yourself, we're on our way back home

Going home
Don't you need, don't you need to feel at home?
Oh yeah, we gotta sing"
(Supertramp)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Falar Sozinha


Dei por mim a falar sozinha outra vez.

Dantes achava estranho ver as pessoas a falarem sozinhas. Achava mesmo que só os malucos é que o faziam. Até que um dia dei por mim a fazê-lo e pensei:
- Ai! Estou a ficar doida?
Disfarcei durante uns tempos, tentei não dar muita importância ao facto, mas a coisa foi piorando. Vi jeito de pedir para me internarem.
Até que um dia aceitei e percebi que não é maluqueira passível de internamento mas sim coisa própria da idade.

Hoje, já não há dia que não o faça, mas já compreendi que o faço quando quero entender o que se passa ou quando preciso de aliviar a pressão instalada.

Dantes não dava tanta importância às coisas, havia um todo de coisas novas pela frente. Elas corriam como tinham de correr. Não questionava. Às vezes lá tentava mudar o mundo… mas ele nunca me ligou nenhuma. Assim, eu continuava o meu percurso tipo furacão.

Hoje, questiono e tento perceber, fico indignada, mas não tento mudar o mundo. Descarrego sobre ele em voz alta, à laia de oração na esperança que alguém lá em cima me oiça e me acuda.

Dantes confiava no mundo.

Hoje nem na minha sombra pareço confiar.

Dantes achava que tinha amigos e era com eles que comentava, procurava ajuda, compreensão, companhia, entendimento, conselhos, um ombro.

Hoje percebi que amigos… Amigos há poucos! O melhor amigo de mim, sou eu mesma. Eu tenho paciência para mim, eu consigo ouvir-me, eu desabafo comigo mesmo, eu tenho o meu ritmo, eu compreendo-me, eu entendo os meus problemas, eu e só eu é que os posso resolver. Ter ombro ou não ter ombro não é importante. Se tiver tenho, tanto melhor. Se não tiver… Amigos como dantes.

Enfim, à medida que se vai vivendo, e se vai conhecendo o mundo à nossa volta e as pessoas que nele habitam, vai-se entendendo que o facto de precisarmos uns dos outros para construir qualquer coisa não invalida o facto de reconhecer que só nós nos valemos a nós próprios, só nós nos podemos ajudar, só nós podemos andar para a frente.

Assim sempre que me virem a falar sozinha, já sabem, não estou propriamente maluquinha, só um bocadinho descompensada com a vida.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Aceitar


"Concedei-nos Senhor, Serenidade necessária, para aceitar as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos e Sabedoria para distinguirmos umas das outras."

Reihold Niebuhr

Aceitar

Palavrinha pequena, assim de repente um bocado antipática. Talvez pelo que significa, talvez pelo que transmite, talvez ainda por tudo o que implica...

No dicionário definem Aceitar como sinónimo de concordar ou admitir. Ainda assim eu iria um bocadinho mais longe, porque aceitar é um bocadinho mais que só concordar ou admitir ou receber ou reconhecer.

Aceitar implica uma estrutura de ferro.

Aceitar, implica não vacilar, reconhecer limites, imperfeições, defeitos, como também implica reconhecer qualidades.

Aceitar implica coragem. Coragem para se ser feliz, para gostar de nós próprios valorizando cada bocadinho. Coragem para pegar no pouco que se tem e avançar sem medo. Coragem para encarar de frente cada pequena coisa que nos faz diferente. Afinal, são estas pequenas/grandes coisas que nos tornam únicos no mundo e que nos dão a oportunidade de construir, contribuindo para o desenvolvimento da humanidade.

Aceitar é ser humilde, é não ter vergonha, é reconhecer a nossa verdade, é deitar fora sentimentos de inveja, de pequenez e de orgulho, é ganhar autenticidade, espontaneidade, naturalidade, identidade.

Aceitar não é mais do que reconhecer as nossas limitações e admitir que precisamos uns dos outros.

Aceitar é aprender a amar, é dar o que se tem, é receber o que nos faz falta.

Aceitar é conseguir perceber que perder é ganhar.

Aceitando crescemos.

Por tudo isto e ainda pelo que me faltou falar:

ACEITAR, não é só uma palavrinha… É um palavrão cheio de significado.

Tudo por causa de um Macaco


Nada melhor do que nos sentirmos loiras burras logo de manha...

Olhei para o meu carro enquanto descia as escadas e o olhar fixou-se na roda de trás.

Xiça… Pneu furado!

Primeira reacção… Ficar a olhar incessantemente.

Segunda reacção: coçar a cabeça…

Terceira, desatar a rir e dizer para mim própria: -Toca a reagir já te armaste em loira burra, tempo suficiente. Tens bom corpo, força e cabeça qb…

Sentimento de exploradora, foi o que senti nos minutos seguintes de mangas arregaçadas à descoberta do desconhecido.

Abri o carro e fui ver se o pneu sobresselente estava bom (até me senti inteligente). Pareceu-me bem. Depois explorei compartimentos escondidos, botões disfarçados, sai colete reflector, sai caixa de primeiros socorros, sai triangulo, sai garrafa de água, porcas, ferramentas, …

De seguida comecei a fazer filmes. Porcas enferrujadas, jantes especiais, qual o sítio para por o macaco? Macaco! Macaco…

Onde está o macaco? Abri novamente todos os compartimentos do porta bagagens, espalhei tudo o que havia para espalhar e dei-me conta que por muito que quisesse fazer boa figura e mostrar que era capaz de mudar um pneu sozinha, não o iria conseguir.

Batalha perdida.

Começou a segunda batalha. Telefonar para a assistência em viagem e explicar os factos da vida.

Wrong… não se pode explicar nada. Eles aproveitam-se de tudo o que dizemos para nos darem as desculpas mais esfarrapadas que conseguem.

A assistência em viagem não muda pneus, mesmo que o assistido não tenha macaco, e não transporta carros em reboque para as garagens se eles tiverem o motor bom. Resultado…

Segunda batalha perdida.

Esta alma tão fraca não aguentou tanta batalha perdida e considerou a guerra perdida. Desci à terra e aceitei a minha condição de loira burra.

"Não nasci para mudar pneus sem macaco"

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Caderninho


«Apoia-te sempre, nunca te agarres»

(Agustina Bessa Luís)

Tudo é questão de tempo!


Recebi um texto que me fez pensar…

Às vezes encontramos nas palavras dos outros aquilo que sentimos, aquilo que pensamos aquilo que queremos ver, aquilo que somos, aquilo que gostaríamos de ser, aquilo que queremos ouvir …

Quando isso acontece parece que ficamos surpreendidos e de certa forma admirados. O famoso “nés só tu” é uma realidade que nos custa a aceitar, de vez em quando. O sofrimento, só é sofrimento quando nos sentimos sozinhos. Por isso quando nos deixamos de sentir sozinhos neste mundo o sofrimento atenua.

Por um lado é bom, ou melhor é óptimo. Por outro lado o ser humano precisa de sofrer de vez em quando. Precisa de fazer o seu luto, de ter o seu tempo para reconhecer, aceitar e finalmente reagir. Por isso as palavras de "conforto” às vezes sabem a mel, outras a fel.

Dependem sempre da altura em que caem, como caem e por quem caem.

Nunca mais me esqueço das palavras que ouvi dois dias depois da minha casa arder quase por completo. Véspera de Natal, festas e banquetes, presentes e sorrisos, alegria, cor e eu sem nada de material, nem mesmo uma vestimenta limpa a condizer com a época, sem o meu cantinho, sem o meu descanso, triste e sentida, perdida no meio dos meus pensamentos e, no meio disto tudo alguém me disse: - Deixe-se dessas coisas, pare de chorar. Já pensou que isso foi um presente de Natal que teve!”.

Não bati, não esperneei, não matei, mas tudo por respeito porque vontade… Essa não faltou!

Na verdade, foi mesmo! Uns anos depois entrei na minha casa nova, linda, feita à minha medida, com as coisas que sonhei, com tudo o que queria e nela continuei o meu percurso…

Foi uma lição, como tudo aquilo por que tenho passado na vida, até hoje.

Muitas vezes não se consegue perceber logo o sentido das lições, mas com o devido distanciamento ele começa a surgir, forte e vincado.

Tudo é questão de tempo!

Hoje II


Hoje tomei o pequeno-almoço na varanda de trás. Na varanda que dá para os comboios, para a correria da vida.

Lá fora, a sentir o fresquinho na cara senti o prazer de ver o mundo acordar. As pessoas a viverem o frenesim dos nossos dias.

Já tinha saudades de ver o dia a amanhecer. Já tinha saudades de ver o Sol a nascer, as cores a tomarem a sua intensidade, o arco iris certinho e cheio de cores, o gato a roçar-se nas plantas cheio de preguiça, os aviões a cortarem o céu azul deixando rastos brancos e muito direitinhos, já tinha saudades dos primeiros raios de sol amarelos a baterem em cada esquina e a deixarem as sombras compridas e nítidas. Já tinha saudades de ver as pessoas a entrarem na vida do dia-a-dia todas cheias de pressa não se sabe muito bem para quê. Talvez para se despacharem! Como dizia, invariavelmente, a minha Chica sempre que lhe perguntava para quê tanta pressa logo de manhã?
- Para me despachar, menina! Assim fico logo despachadinha das coisas que me custam e depois posso fazer as coisas que gosto ou ir descansar.

Hoje não senti o ritmo dos pássaros mas sim o dos carros a circularem, hoje não senti o bater suave das ondas, mas sim a intensificação do movimento, as lojas a abrirem, hoje não senti a aragem e a brisa do mar, só vi as gares a encherem aos poucos de pessoas e a ficarem vazias depois do comboio passar.

Percebi o quanto isto já me fazia falta.

Sentir-me outra vez num mundo enorme, cheio de coisas diferentes e apinhado de pessoas iguaizinhas a mim, nem melhores nem piores simplesmente atarefadas com a vida numa correria louca para o amanha.

Hoje senti a minha respiração, o ar a entrar e a sair. Hoje senti-me em paz, sem ter de mostrar nada, simplesmente ser eu.

domingo, 5 de setembro de 2010

Hoje


Hoje, a vida deu-me uma grande lição.

Hoje aprendi que: a vida não se questiona, vive-se... Tira-se e aproveita-se o melhor de cada dia.

Hoje, a vida mostrou-me que aquilo que julgamos impossivel, afinal não é...

Hoje, fui surpreendida...

Hoje, quebrei uma barreira, uma barreira importante na minha existência.

Hoje, a vida deixou-me feliz, cheia de esperança e com um sorriso na cara.

Hoje, percebi que "A felicidade é simplesmente uma questão de luz interior" (Henri Lacordaire)

Hoje, ouve uma luzinha que me iluminou.

Hoje grito bem alto: ainda bem que existem Luzinhas que nos iluminam que nos fazem ver a vida com outra luz.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

AMOR...


"EL AMOR NUNCA ASPIRA A SER AGRADECIDO NI COMPADECIDO, SINO CORRESPONDIDO CON AMOR"
(A.GALA)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ironia do destino


Ironia do destino:
Trago mil palavras na cabeça, cada uma com mil significados.
Mil dizeres cheios de sentido, mas que não passam de mil sentenças que mil sabedorias encerram
De que me servem mil palavras, se nem uma sabe exprimir aquilo que trago cá dentro.

Acreditar


Aquilo que um dia foi bonito nunca o deixará de ser, mesmo que se deixe temporariamente de o ver.