quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Lusco-Fusco


Ao olhar para o horizonte
Neste lusco-fusco
Vejo o cair da noite
As formas esbatem-se
Perde-se o pormenor
Começam a surgir as sombras
Ganha-se Imaginação
Vê-se o que se quer ver
E até o pobre vira criador
As dunas transformam-se em adamastores
Os arbustos em sereias
E no silêncio instalado
Ecoam os medos
Chegam as lembranças
Desdobram-se as memórias
É neste sonho de escuridão calada
Que projecto a desilusão
Da perda de cada instante imaginado
Que choro lágrimas gordas
Por cada momento vivido
E que me sinto escoltada
Pela presença tão só da solidão.

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