sábado, 24 de abril de 2010

Palco de Sonhos


Sem me dar conta, alguns sonhos foram substituídos na minha vida. Um bocadinho aqui, um bocadinho ali, eles moldaram-se e modificaram-se. Olhando para trás do ombro, ainda está tudo tão perto, olhando para a frente sinto-os tão longe.

Se me perguntarem se era o que eu queria? Respondo que não foi o que sonhei. Se me perguntarem se tudo aquilo foram só sonhos? Eu respondo que foram os meus sonhos mais sonhados, não os entregaria a ninguém. Mas foram tudo menos vividos.

Sentimos sim e todas as nossas lágrimas choradas foram sinceras, e todos os nossos sorrisos foram de coração, mas nada deixou de ser um sonho e por isso resta-nos um sabor doce amargo na boca de qualquer coisa que podia ter sido e que nunca foi.

Correr atrás dos sonhos, foi o que eu fiz toda a minha vida. E não é assim que deve ser?

Os sonhos não são para ser vividos, são para ser sonhados.

E se, em determinada altura, um dos sonhos for vivido, então ele deixa de ser sonho e passa a ser a vida, e outros sonhos se instalam em cima dessa vivencia. E é assim que sonhamos mais, e mais, e mais.

E é também assim que os sonhos aparecem e desaparecem, dão cambalhotas, rodam, dançam e saem de cena. Outros entram e fazem as suas performances, permanecem mais tempo ou menos tempo, fazem “encores” e voltam a sair. Umas vezes aplaudimos e sorrimos outras choramos. E assim vivemos a nossa vida, num palco de sonhos!

Sonhando assim de sonhar: talvez um dia sem que se tenha sonhado, um sonho nos caia nos braços e se viva com a intensidade com que um dia foi sonhado.

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