sexta-feira, 30 de outubro de 2009

É Dificil





"Hoje acordei, e senti-me sozinho
Um barco sem vela, um corpo sem ritmo
Amanheci e vesti-me de preto
Um gesto cansado um olhar no deserto

Quando todos vão dormir
É mais fácil desistir
Quando a noite está a chegar
É difícil não chorar

Eu não quero ser
A luz que já não sou
Não quero ser primeiro
Sou o tempo que acabou
Eu não quero ser
As lágrimas que vês
Não quero ser primeiro
Sou um barco nas marés

Adormeci, sem te ter a meu lado
Um corpo sem alma, guitarra sem fado
Um sonho na noite e olhei-me ao espelho
Umas mãos de criança num rosto de velho

Quando todos vão dormir
É mais fácil desistir
Quando a noite está a chegar
É difícil não chorar

Eu não quero ser
A luz que já não sou
Não quero ser primeiro
Sou o tempo que acabou
Eu não quero ser
As lágrimas que vês
Não quero ser primeiro
Sou um barco nas marés"
(Pedro Abrunhosa)

Silêncio


"O silêncio só existe em contraste com o barulho. Se não há barulho a contrastar, é ele próprio barulhento. E então apetece o ruído para ele ser menos ruidoso."

(Vergílio Ferreira)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Corpo e a Alma


Sou grande e crescida e muitas vezes fico surpreendida comigo própria sem perceber o que me faz sentir assim tão pequenina e tão frágil.

Sinto-me ridícula e não gosto.

Confesso


Este meu canto tem sido, tantas e tantas vezes, um refúgio, um amigo inseparável, um companheiro e um entretimento indescritível. Tem sido também um local de partilha comigo própria, um local de discussão entre o mim e o meu eu, uma permanente gestão de conflitos entre esses dois seres que não se conheciam.

Preciso dele. Umas vezes mais outras vezes menos.

É mesmo um sitio onde me sinto confortável, à vontade (mas não à vontadinha) e em liberdade (qb). Liberdade que à muito não sentia. Nele tenho descarregado as minhas duvidas as minhas alegrias, as minhas experiencias, as minhas historias os meus sonhos a minha vida. A ele tenho dedicado uma parte do meu dia, contra tudo e contra todos. Tenho efectivamente dado de mim para dar ao meu eu e vice versa.

É um bocado de egoísmo forte e feio que me permiti a mim própria ao fim de tantos anos.

Porque sim e porque não


É impressionante como nunca nos sentimos contentes com o que temos.

Se temos é porque temos, se não temos é porque não temos.

E andamos nesta insatisfação uma vida.

domingo, 11 de outubro de 2009

A minha vida


Não quero mais esta vida de mentira, quero voltar à minha vida de verdade.

Afirmação


Não podemos ter medo, nem sentir vergonha do que somos. Temos sim de nos afastar de quem nos faz sentir pequeninos e de todas as situações que de alguma maneira nos ponham em situação de desvantagem.

A escolha



A escolha está presente em tudo na nossa vida.

Não sei se posso falar dela assim. Mas de facto é dela que dependemos e é ela que nos dita quem somos.

È estranho ter visto de repente as coisas desta forma e com tanta clareza. Mas é um facto, as escolhas que fazemos, condicionam todo o nosso ser e a nossa vida.

Está nas nossas mãos ser ou não ser, querer e ficar, não querer e partir, fazer ou não deixar acontecer, mostrar e perder.

Está nas nossas mãos escolher!

Vejo este momento um bocado como um jogo de xadrez.

Posicionamo-nos e condicionamos todas as peças que estão à nossa volta. O mesmo acontece, quando as outras peças se deslocam mexendo connosco. Aqui temos de tomar decisões.

Ou pensamos e estrategicamente, com coragem tomamos a nossa posição. Mexemos para onde? Desistimos? Fazemo-nos passar por quem não somos ou fingimos que somos, sem ser? Calamos o que não queremos ouvir? Falamos o que nos faz sentir bem? Escondemos o que não podemos dar?

Ou cobardemente e tentanto não perder nada, vamos caminhando em permanente sobressalto, sem grandes estratégias, deslizando pelos brancos e tacteando os caminhos arriscando-nos a que, a qualquer momento e sem nos apercebermos alguém nos dite o cheque mate.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Daily Poem



"Como as plantas a amizade não deve ser muito nem pouco regada"

(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ser ou não ser


Observo por gosto. Sou desconfiada por natureza, prudente de feitio e sou medricas por defesa.


Não ganho nada com isso, é bem verdade.

Sempre fui virada para fora. Virada para as coisas que me rodeiam. As pessoas e os seus comportamentos sempre me fascinaram. A modo como reagem, como vivem, como se mexem, como falam. O fascínio do ser, do conseguir, do ganhar, do poder. As expressões, os sorrisos, o choro, a dor. Sempre me fez muita confusão saber que cada pessoa é uma só e que não há outra igual.

Sempre tentei perceber como é que cada pessoa vence ou não neste mundo de loucos. Como se agrupam as pessoas em função dos seus pensamentos, das suas reacções e principalmente de acordo com que afinidade de partilhas, de vivências ou ainda de experiencias.

Sempre tentei entender como se sobrepõem aos outros para conseguirem ser gente, como usam os seus potenciais, como se destacam, como se afirmam. Perceber o que dizem e o porque não dizem, o que os reprime e o que os faz sentir sublimes, o que mostram e o que escondem. Perceber o que os faz espernear lá no fundo e desdenhar cá em cima.

Às vezes mete-me medo. As pessoas são capazes de tanta coisa.

domingo, 4 de outubro de 2009

Dor


Há a dor de ter, a dor de não ter e a dor do perder.

Tudo tem dor.

Dor insuportável, dor mais forte, dor que se aguenta e aquela dorzinha.

A dor e o amor andam de mãos dadas e por vezes ate se abraçam.

Amor que não dói não é amor.

A dor do amor que tem resposta dá força, a dor do amor escondido desaparece, a dor do amor não correspondido parte, a dor da traição mata.