segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Felicidade?


Dantes eu achava que tinha muitas coisas para dizer acerca da vida. Hoje, e espero que seja de hoje, acho que esta tudo dito.

Entre aquilo que mostramos ser e aquilo que somos vai um mundo de interesses e de medos.
Os jogos que se jogam são verdadeiros desafios estratégicos. Mas, também há quem os jogue intuitivamente, mais às cegas, ganha sem perceber, perde sem saber.

Nestes jogos as peças fundamentais são os gestos e as palavras. São tão importantes uns como as outras. Tudo o que se lança para a mesa vai ter influência para o seu desfecho. Qualquer palavra lançada ao Deus dará pode ter efeitos devastadores. Tal como os gestos podem implicar um cheque mate.

Só que, este jogo não tem regras definidas, as regras que se impõem podem ser contornadas a qualquer momento, dependo bem do dia, da hora e das pessoas que o jogam. Depende da seriedade, depende do que se quer e se está disposto a dar e ou perder, depende de tudo e de um par de botas. E assim fica difícil.

Esta falta de fórmulas, a falta de assumir cada um para si próprio o que se quer de si mesmo e o que se quer do próximo ainda torna as coisas mais complicadas.

Acabo sempre no mesmo. São os valores que por vezes faltam.

Os valores que temos e que não nos passaram. A falta de poder de encaixe, a falta de sentido de sacrifício, falta de capacidade de cedência e de compressão. Coisas que se ensinavam e que hoje se facilitam em prol da felicidade.

Que vontade que me dá de rir.

Felicidade? E o que é felicidade?

É ter o que se quer? É dar o que se tem? É aceitar o que cai do céu? É procurar o que se precisa?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Just look over your shoulder




"...This bond between us
can't be broken ..."

"... Cause you'll be in my heart
Yes, you'll be in my heart
From this day on
Now and forever more

You'll be in my heart
No matter what they say
You'll be here in my heart, always

Why can't they understand
the way we feel
They just don't trust
What they can't explain
I know we're different but,
deep inside us
We're not that different at all

And you'll be in my heart
Yes, you'll be in my heart
From this day on
Now and forever more

Don't listen to them
'Cause what do they know
We need each other,
To have, to hold
They'll see in time
I know

When destiny calls you
You must be strong
I may not be with you
But you've got to hold on
They'll see in time
I know
We'll show them together

'Cause you'll be in my heart
Believe me, you'll be in my heart
From this day on
Now and forever more

Oh, you'll be in my heart
No matter what they say
You'll be here in my heart, always
Always

I'll be with you
I'll be there for you always
Always and always

Just look over your shoulder
Just look over your shoulder
I'll be there always "

(Phil Collins)

sábado, 19 de setembro de 2009

Memória


Mais uma noite sem Lua!

"Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."

(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Eu e tu


Eu e tu, amarrados a esta vida com objectivos tão iguais e caminhos tão diferentes.

Os dois, presos por laços que nem sabemos se existem, em cais pouco seguros e pantanosos.

Um tem puxado pelo outro e juntos, temos caminhado lado a lado num misto de engano.

Oiço e bebo as tuas palavras em silêncio e reconstruo sobre elas o pouco que me resta e que ainda está intacto.

Quantas vezes à deriva, olhei para ti e me fizeste ver que o norte tem um caminho.

Tens-me deixado ir atrás de ti, sem vontades nem compromissos, e tens-me levado calmamente, num mar de paz, rumo a um porto seguro. Se lá conseguir chegar, nele vou-me erguer, nele vou olhar para o horizonte e vou ver, todos os dias, um nascer e um pôr-do-sol. Nele, sozinha, estarei acompanhada pelo mundo.

Um Búzio




É tudo tão falível, é tudo muito terreno.

O que existe hoje, amanha é uma grande incógnita.

No outro dia encontrei um búzio. Um búzio nem pequeno nem grande, nem dos mais bonitos, nem dos mais feios, mas inteiro.

Inteirinho! Solitário, gasto, de arestas limadas e cores esbatidas, mas intacto, bonito e cheio dele. Imponente.

Estava encostado a uma alga verde grande e aconchegadora e bem ao lado daquelas assustadoras rochas cheias de bicos.

Deve ter andado por ali às voltas, a ir e voltar, a bater e a levar ate a maré o largar e ele conseguir descansar, junto a todas as outras conchas e búzios que por ali vagueavam.

Na altura fiquei espantada. Como é que ele, coisa tão frágil, conseguiu sobreviver a tanta brutalidade, a tanta agitação. Como é que ele, coisa tão delicada conseguiu resistir no tempo e a climas tão agrestes.

Esta descoberta fez-me pensar e foram-se alguns dias até eu perceber o que ele me fez sentir, ali tão inteiro, tão bonito e tão orgulhoso.

Aprendi por mim e com as minhas turras, que um amor tem de se cuidar todos os dias a todo o minuto. È certo que há dias e dias, mas ainda assim é preciso cuidar.

Podemos bater, podemos levar, mas temos de ter atenção às pancadas, porque há batidas que são fortes mas que, se forem dadas na altura certa e no sítio certo não partem, limam arestas. Outras que, mesmo pequeninas e leves, nos partem e nos deixam irreversivelmente danificados e desgastados.

O amor é como os búzios e como as conchas. Uns mais fortes, outros mais fracos, todos eles começam bonitos e inteiros, mas com o tempo e com as pancadas vão-se estragando e despedaçando.

O Amor é como os búzios e como as conchas. Uns chegam intactos ligeiramente moídos mas bonitos, outros entregam-se partidos mas com formas, outros jazem quebrados e desfigurados.

Cuidar de um amor é como cuidar de uma concha. Temos de zelar por ele todos os dias, com muita parcimónia e ter em atenção toda a sua fragilidade.

Feliz e orgulhoso o que chega inteiro. Foi cuidado e soube cuidar.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Identidade


Ganhar identidade é o nosso elemento diferenciador. À medida que se vai ganhando identidade perante os que nos cercam vamo-nos aproximando ou distanciando.

Por isso na nossa vida devemos manter algumas amizades dentro de determinados parâmetros e distanciamentos, sob pena de acelerar o processo de afastamento.

Fico triste sempre que percebo de todo o distanciamento que é provocado pelo meu amor, pela minha vontade de estar, de ter e de dar. Sei que é inevitável e depois de tantos anos de vida já devia estar mais do que habituada. Mas não, dia para dia parece que piora. Quanto mais quero, mais vivo e faço viver e mais perco.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Oportunidades

As expectativas matam...


Ou se tem oportunidade de mostrar o que se é e o que se vale, ou então…

Isto faz-me arrepiar.

http://www.youtube.com/watch?v=9lp0IWv8QZY

Há tão poucas oportunidades nesta vida de dar o tanto que temos para dar, de mostrar o que na realidade somos.

Este Vídeo já cá andou. Mas nunca é demais.

Há sempre um dia em que abrimos o espírito e nos voltamos para as pessoas que estão à nossa volta e percebemos que sem elas não somos ninguém. E aí, percebemos o importante que é dar oportunidade de elas poderem entrar na nossa vida tal como são e com o que têm para dar, sem constrangimentos, sem preconceitos, sem medos, sem tabus.

“…I dreamed a dream in time gone by
When hopes were high and life worth living,
I dreamed that love would never die
I dreamed that God would be forgiving…”


Como extra


terça-feira, 8 de setembro de 2009

...


Só dá quem ama,
Só recebe quem sabe amar.
Amar, toda a gente Ama,
Saber Amar, não é para todos.

domingo, 6 de setembro de 2009

A menina gorda


Um bocadinho da minha infancia.




Era-me declamado tantas noites pelo meu Pai...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Horizonte



HORIZONTE

"...O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte

A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte --
Os beijos merecidos da Verdade."

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sempre que te sentires só


Às vezes gostava de saber escrever, para poder escrever tudo o que me coubesse na alma, tudo o que me viesse à cabeça, tudo o que o meu coração sentisse.

Mas tenho medo. As minhas palavras são mentirosas. Até a mim me enganam.

Consigo tão bem ver nas palavras dos outros tantas coisas que eu sinto, que acabo sempre por perceber que cada um tem a sua missão cá neste mundo. E a minha não é escrever. Um dia, talvez eu possa compensar a humanidade por tudo o que me dá e por tudo o que eu roubo dela.

Enquanto isso, resta-me roubar e partilhar a quem ainda não conhece, ou a quem precise de ouvir, tantas coisas bonitas que me passam pelas mãos.



"Olha pra mim
Deixa voar os sonhos
Deixa acalmar a tormenta
Senta-te um pouco aí

Olha pra mim
Fica no meu abrigo
Dorme no meu abraço
E conta comigo
Que eu estarei aqui

enquanto anoitece,
enquanto escurece
e os brilhos do mundo
cintilam em nós
enquanto tu sentes
que se quebrou tudo
eu estarei
sempre que te sentires só

Olha pra mim
Hoje não há batalhas
Hoje não há tristeza
deixa sair o sol

Olha pra mim
fica no meu abrigo
perde-te nos teus sonhos
e conta comigo

enquanto anoitece,
enquanto escurece
e os brilhos do mundo
cintilam em nós
enquanto tu sentes
que se quebrou tudo
eu estarei sempre
que te sentires só

eu estarei sempre
que te sentires só"

(Mafalda Veiga)