quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Jogo de Sedução


Que me desculpe a AV, de tantas vezes a nomear. Já para cima de umas tantas. Mas o facto é que seja lá pelo que for (idade, sexo, proximidade de residências, what ever), tem tocado em alguns pontos que me fazem parar e pensar. Pensar e sentir aquilo que algures na minha vida já senti e nunca consegui escrever. Não por vergonha, ou outra coisa qualquer assim deste tipo, mas pura e simplesmente porque não sei como. Por falta de vocabulário, por falta de expressão, por falta de síntese. Fica tudo uma lamechice, muito possidónio, muito brega.


De repente, olho para o lado e vejo espelhado todo o meu sentimento de uma forma tão simples que quase podia ter sido eu a escrever. Só falta o quase, claro!

Quando isto acontece só me apetece fazer como a “Outra”, passar para este meu canto tão meu, e fingir que são palavras minhas, para que possa lembrar e relembrar as passagens (coisas) da minha vida. Como não posso, lá tenho eu que me resignar e reduzir à minha insignificância, nomeando quem de direito para fazer das palavras delas as minhas.

Que trapalhada, cá está, parece uma das “lições do Tonecas”. Já por aqui se consegue perceber o que tenho vindo a tentar explicar.

Assim, mais uma vez a AV que me perdoe, pois tem sido uma dessas vitimas, juntamente com algumas outras tantas com quem me tenho identificado.

“DOMINGO, 3 DE FEVEREIRO DE 2008

FLIRT

Um olhar, um sorriso
brincas tu
brinco eu
Quem não tiver juízo, perdeu...

Um sabor, um aceno
provas tu
provo eu
Quem beber o veneno, morreu...

Ai esta brincadeira, este arame sem rede...
Esta chuva ligeira que nunca mata a sede...
Ai de quem não souber que o segredo, o mistério
é não levar a sério o que é só um prazer...

Com champanhe na voz
falas tu
falo eu
Se falámos de nós, não pareceu...

Em matizes de charme
brilhas tu
brilho eu
Atenção, se um alarme apareceu...

Ai este jogo antigo, traiçoeira delícia...
Entre sinais de perigo é preciso perícia...
Quem brincar com o fogo não se deixe queimar:
Prometer e não dar é a regra do jogo!

POSTED BY AV

Ia eu dizendo, que gosto de coisas com as quais me consigo identificar.
E este, deve ser provavelmente dos poemas que li, aquele que melhor espelha (parecem-me ser estas as palavras), um dos jogos mais bonitos de se jogar nesta vida.

Falamos do que chamo de “jogo de sedução”. Sim, um dos jogos mais bonitos de se jogar, quando bem jogado. Quando jogado limpo, claro. Quando mal jogado ou jogado com alguém que não respeita as regras… Sai de baixo.

É de facto “atravessar um arame sem rede”.

Mas como já falado, palavras para quê. Está tudo dito.

É ler e reler, perceber e sentir o efeito de cada palavra.

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